Esse tipo de sinistro pode provocar intoxicação de pessoas por meio de inalação, ingestão ou contato com a carga, além de contaminação de solo, rios ou lençol freático
O transporte de produtos perigosos requer gestão inteligente e predição de riscos. Para entender melhor esse setor, dados levantados pela Pamcary mostram que esse serviço apresentou 1,54 acidentes para cada 10 mil embarques em 2020. Isso indica que esse tipo de sinistro não é alto quando comparado à frequência geral de acidentes do transporte, cuja quantia foi de 2,24 para a mesma quantidade de embarques. O agravante é a ameaça que essas ocorrências podem representar a vidas humanas, ecossistemas e ao meio ambiente.
Nos acidentes envolvendo produtos perigosos, existe o risco potencial de intoxicação de pessoas por meio de inalação, ingestão ou contato com o material. “O tombamento ou vazamento podem contaminar o ar, o solo, rios ou o lençol freático, por exemplo. Além disso, produtos inflamáveis ocasionam explosões e incêndios de grandes proporções e isso é preocupante”, alerta Márcio Honda, gerente de riscos da Pamcary.
A partir de uma análise bem embasada, tendo como amostragem mais de 3 mil acidentes por ano, Honda afirma que as principais causas das ocorrências são velocidade incompatível e o tempo excessivo de direção contínua. “Portanto, as ações para redução desses sinistros devem estar concentradas no motorista profissional, conscientizando-o sobre sua responsabilidade e os riscos no transporte de cargas”, recomenda.
Como proceder?
Logo após o sinistro, as empresas envolvidas estão incumbidas de reparar, indenizar ou compensar os danos causados ao meio ambiente, sob pena de sofrerem sanções administrativas e criminais. “O caminho é providenciar a rápida comunicação do fato e ter agilidade no tempo de resposta de atendimento, envolvendo profissionais que possuam o conhecimento técnico necessário para avaliar e tomar decisões adequadas”, explica Honda.
A gestão inteligente utiliza todas as informações disponíveis para identificar as vulnerabilidades da operação, desenvolver um programa de prevenção de acidentes que inclua padrões de direção segura, monitoramento ativo das não-conformidades e política de incentivo para redução dos desvios.
Além disso, as empresas e profissionais especializados em transportar produtos perigosos precisam passar por treinamentos e obter as certificações específicas para essa área. Os veículos, por sua vez, devem ter tempo máximo de uso, ser submetidos a manutenções preventivas e utilizar tecnologias de monitoramento.
A equipe de atendimento a sinistros da Pamcary tem conhecimento sobre o grau de periculosidade de cada produto, as propriedades físico-químicas que determinam, por exemplo, com quais elementos tais substâncias reagem, a temperatura para um provável risco de incêndio etc. Por meio da Torre de Operações, a empresa utiliza um vasto sistema de dados abastecidos periodicamente, com referência de práticas de sucesso adotadas em eventos anteriores.
Fonte: Jornal WebDigital